Imagem e Padrões Estéticos


A beleza não é universal.

O ideal de beleza feminina sempre esteve presente nas imagens. Desde a arte antiga, cada época retratou os padrões vigentes. No livro "Modos de Ver", John Berger cita Durer (1471-1528) que "acreditava que o nu ideal devia ser construído tirando-se o rosto de um corpo, os seios de outro, as pernas de um terceiro, os ombros de um quarto, as mãos de um quinto - e assim por diante".

No século XX, a moda passou a ser a manifestação estética do momento que as pessoas vivem, e junto com a publicidade, se encarregou de disseminar a imagem da juventude e da beleza idealizadas, tornando-se este o padrão estético ideal. Isso resultou em um comportamento compulsivo na busca pelo corpo perfeito e pela juventude. Nos anos 90, vimos a procura cada vez maior por cirurgias plásticas estéticas, o crescimento de transtornos alimentares e a institucionalização das academias de ginástica. Reflexos da busca desenfreada por corpos e belezas impostos pelas imagens. E nessa obsessão pelo padrão, a imensa maioria das mulheres sentia-se, além de inadequada, sem nenhuma representação na moda, na publicidade e na vida. 


Mas nos anos 2000, felizmente, começamos a ver um movimento contrário a essa idealização, e o início da valorização de imagens de diversidade na beleza. Com a Campanha pela Real Beleza da Dove, que foi um marco no início desse movimento, em 2004, a diversidade de corpos começou a ser mostrada com o objetivo de mudar a percepção das mulheres sobre seus próprios corpos e beleza, estimulando a sua autoconfiança. 



Campanha pela Real Beleza Dove


A partir daí, lentamente, passamos a ver mulheres de mais idade em imagens de moda e publicidade, bem como a variedade de corpos, de traços raciais, étnicos e de gênero. E o início da inclusão começando a acontecer.  


Hoje podemos observar  cada vez mais marcas fazendo uma ressignificação de valores, ajudando a transformar a sociedade através da construção de suas marcas, conseguindo se posicionar a favor da diversidade e desafiando estereótipos. 

Algumas campanhas recentes de marcas de moda que tem abraçado a diversidade:



Fotos do editorial da Gucci Beauty em parceria com a Vogue Itália para o lançamento do Rímel L'Obscur







Melissa e Zaxy, marcas da Grendene, com campanhas de autoafirmação e amor próprio, dando voz às pessoas:











Vale lembrar, que através do posicionamento e do branding, marcas reforçam seu relacionamento com as pessoas. E quando as pessoas se sentem representadas e passam a se ver na marca, passam a acreditar no propósito dessa marca e a valorizar os seus produtos, passando a desejá-los. 




As pessoas, e principalmente as mulheres, ainda precisam se ver representadas para se reconhecer com confiança. Para que se sintam livres em fazer escolhas que digam respeito aos seus corpos. Para que se permitam envelhecer bem, conseguindo se sentir mais confortáveis com sua aparência e imagem, desvinculadas de padrões estéticos ideais. Que cada vez mais marcas possam ter esse olhar de acolhimento e inclusão!






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